quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Para Tan-Tan é o caminho!

Quarta-feira, 6 de Outubro de 2010

Dormimos 4h no carro. No dia anterior o Ricardo conduziu 22h. Tínhamos estacionado o carro numa estação de serviço da marca AFRIQUIA e quando acordamos estava um dos funcionários a olhar para o carro e a sorrir. Parecia surpreendido com a presença da chaimite.

Até Rabat, local de passagem obrigatória para assegurar os vistos para a Mauritânia, faltavam percorrer 10 km. Só que Rabat é uma cidade com um trânsito infernal: pessoas que atravessam as ruas em qualquer lado, milhares de motinhas a pedais, carros e, o pior de tudo, obras.

Saímos de Portugal com a morada da Embaixada da Mauritânia, mas por incrível que pareça, não aparecia no mapa, nem no GPS. No entanto, parece que qualquer pessoa em Rabat sabe onde fica. Basta perguntar que as indicações começam logo a surgir, mesmo que a maior parte delas sejam bastante imprecisas.

10h e já estávamos a preencher o formulário de pedido de visto. Dei um porta-chaves de Portugal a um homem que, supostamente, dá informações de como fazer as coisas rapidamente. Não me pediu nada, mas foi tão útil que decidi dar-lhe uma prendinha.

Na Embaixada disseram-nos para voltar às 14h. Tínhamos uma espera de 4h pela frente, mas o stress de ter o visto na mão e seguir viagem, não nos deixou com grande vontade de explorar a cidade. Nas redondezas fomos a um café, onde bebemos uma coca-cola. Tiramos algumas fotos e voltamos para perto do carro, pois achamos que abandonar o carro não era boa ideia.


14h15

Saímos da embaixada e começamos a procurar o acesso à A2 (auto-estrada). Tinhamos percorrido 1400Km desde Vila do Conde, mas com os vistos na mão estavamos com vontade de fazer outros tantos.

Entrando na auto-estrada, sabíamos que até Agadir não havia grandes stresses, evitam-se animais na estrada, buracos, trânsito e o mais importante: a polícia marroquina. Os agentes da polícia são muito simpáticos para com os turistas, mas são implacáveis na caça à multa.

Deixamos para trás Casablanca, Marrakech, aproximava-se Agadir e com ela o final da A2. Às 21h estavamos a passar a última portagem. Queriamos conduzir mais umas horas. Se possível, ficar perto do Sahara Ocidental. Saímos da zona de Agadir às 22h e chegamos a Tan-Tan às 3h da manhã, percorrendo os quase 400 km que separam estas duas cidades. Pelo meio, Tiznit e Guelmin, pareceram-nos cidades interessantes, mas para quem quer comer kms, são só mais dois amontoados de casas, luzes e pessoas.

Apareceu-nos pela frente um descampado, onde estavam parados alguns camiões e até umas tendas. Tapadas as janelas com toalhas, dormimos.


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